Os lutos das mulheres aprisionadas referentes aos relacionamentos afetivo-sexuais
Palavras-chave:
lutos não reconhecidos, perdas ambíguas, mulheres aprisionadas, prisão, relacionamentos afetivo-sexuaisResumo
O aprisionamento traz inúmeras perdas para as pessoas encarceradas, sobretudo, para as mulheres, que enfrentam barreiras para a manutenção dos vínculos afetivo-sexuais com os(as) companheiros(as), além de serem frequentemente abandonadas. O presente artigo visa compreender as perdas referentes aos relacionamentos afetivo-sexuais das mulheres aprisionadas. Realizou-se uma pesquisa qualitativa em um presídio misto, onde foram conduzidos seis estudos de caso. Os dados foram analisados por meio dos seguintes referenciais teóricos: Teoria do Apego, de John Bowlby; perdas ambíguas, conforme Pauline Boss; lutos não reconhecidos, segundo Kenneth Doka. Através da análise, constatou-se que grande parte das perdas são ambíguas, caracterizadas pela falta de clareza acerca do que foi perdido. O apontamento das perdas ambíguas e a nomeação do luto como não reconhecido poderá auxiliar na validação social e intrapsíquica desse processo, contribuindo para o seu enfrentamento pelas mulheres aprisionadas e construção de uma sociedade que reconhece o luto em suas diferentes manifestações.
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